sábado, 8 de junho de 2019

Número de empresas que desenvolvem jogos digitais cresce 182% no Brasil em quatro anos

Número de empresas que desenvolvem jogos digitais cresce 182% no Brasil em quatro anos
Número de empresas que desenvolvem jogos digitais cresce 182% no Brasil em quatro anos
O mercado de games no Brasil, atualmente, tem 375 desenvolvedoras de jogos digitais. O dado faz parte do segundo Censo da Indústria Brasileira desse ramo, que identificou um crescimento de 182% em quatro anos. Esse aumento corresponde a cerca de 4,5 vezes a média de crescimento das desenvolvedoras de software. O estudo mostra ainda que, no Espírito Santo, há quatro empresas que atuam nessa área desde 2014.

Ainda segundo o Censo, do total de desenvolvedoras de jogos digitais no Brasil, 276 são empresas formalizadas. Em quatro anos, houve um crescimento de 107% no número dessas empresas. Isso representa 2,5 vezes mais do que a média no setor de desenvolvimento de software, o que significa um acelerado crescimento na indústria, de acordo com o Censo. Além disso, há 26,4% de desenvolvedoras atuando na informalidade.

O faturamento é de R$ 360 mil em 80,6% das empresas formalizadas. Apesar da crise econômica tanto no Brasil, como em outros países, esse mercado tem tido grandes resultados.

"Hoje temos um consumidor que foi educado com esse tipo de instrumento (computadores, celulares, tablets, etc.). E é um instrumento acessível, barato, então cativa realmente um grande mercado, um grande número de pessoas. O crescimento desse tipo de atividade, do ponto de vista econômico, está muito relacionado com o tipo de consumo que a internet criou, um cliente cativo, que gosta de virtual", explica o professor dos cursos de graduação e pós-graduação em Economia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Alexandre Ottoni Teatini Salles. 

"Se tem uma demanda por esse tipo de serviço, gera uma oferta quase que automática. Essa geração de pessoas com menos de 30 anos hoje cresceu usando internet com muita facilidade, com jogos dos mais variados, muitos deles gratuitos. Vejo meu filho (de 6 anos). Ele começou com joguinhos mais simples e agora já usa sofisticados", completou Salles, doutor em teoria econômica pela Universidade de Aertfordshire, da Inglaterra.

Com boa ótica desse mercado, a TV Vitória/Record TV estreia domingo (09), às 8 horas, o programa Geração Gamer, em parceria com a DXC Mega Arena, com apresentação da jornalista Chris Lemos.

"A primeira regra para o cara desenvolver um jogo é ter jogado. Se ele nunca jogou, só vai ter ideias ridículas não só sobre o tema do jogo, mas também na forma como as coisas se comportam". É o que afirma o professor dos cursos de graduação de Ciência da Computação e Sistemas de Informação da Universidade de Vila Velha, Marcello Novaes, que garante que ser um bom programador é o início ideal para desenvolver jogos digitais.

"A maior parte das pessoas que se interessa em desenvolver os jogos chega achando que só vai fazer uns desenhos e aquilo vai ficar pronto automaticamente. Esse é o tipo do cara que vai desistir logo. Se ele vira um bom programador e depois tem o objetivo de aplicar isso com jogos, é aí que vai nascer a estrela, o cara que vai se destacar nessa área".

Pensando em equipe, Marcello Novaes explica que não há uma regra pronta, pois depende do tipo de jogo que será desenvolvido. Entretanto, é possível esboçar.

"Você precisa da parte de desenvolvimento de programação, propriamente dita, que vai se separar na parte que está por debaixo dos panos e na parte de programação de interface. Então, essas pessoas têm que ser selecionadas entre bons programadores, principalmente aquelas que vão trabalhar pela parte que não se enxerga. Mas aí você tem que considerar de que maneira isso vai ser desenvolvido", afirmou.

"Hoje já existe um monte de sistemas que já têm praticamente tudo o que você precisa para desenvolver um jogo: movimentações, cenários, etc. Se você for trabalhar num projeto em que as coisas vão ser desenvolvidas até a raiz, você vai precisar de uma equipe de programadores maior. Mas se você for usar uma máquina de jogos mais pronta, você vai precisar programar um pouco menos", diferencia o professor.

Ao programar um jogo de celular, por exemplo, o programador de interfaces não vai desenvolver da mesma forma que um "Counter Strike: Global Offensive", por exemplo.

"Projetar para um joguinho de celular é muito diferente de você projetar para uma série de telas e cenários para um jogo imersivo, por exemplo. Então, é um pouco complicado definir uma equipe, porque depende muito do cenário. Mas acredito que, se você quiser definir papéis, é necessário ter pessoas que cuidem da parte de arte, artefatos visuais, que muitas vezes não vão encostar na programação; uma pessoa ou um time de programadores para programar toda a parte de movimentação, leis de física, geralmente vai usar as bibliotecas e os sistemas que já estão disponíveis, os ambientes que vão ser usados; e você ainda tem as pessoas que vão trabalhar com as outras partes que não são visíveis no jogo".

No caso de jogos online, há necessidade de uma equipe específica para tratar dos servidores, conexão de redes, gerência de login, entre outras necessidades. "É um pouco difícil você colocar nome em todos os papéis, porque isso vai mudar constantemente", frisou.




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> Fundada em 13 de Outubro de 2011
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