sábado, 22 de abril de 2017

Cientistas e pesquisadores fazem protestos no Brasil e diversas cidades do mundo.

O protesto reuniu centenas de pessoas na praça em frente ao prédio onde a conferência foi realizada - Steven Senne / AP
O protesto reuniu centenas de pessoas na praça em frente ao prédio onde a conferência foi realizada - Steven Senne / AP
Pesquisadores de mais de 500 cidades do planeta vão protestar neste sábado (22 de Abril de 2017), Dia Internacional da Terra, pela valorização da produção de conhecimento científico. A mobilização começou nos Estados Unidos e é apontada como uma reação às posturas adotadas pelo presidente Donald Trump, como o descrédito em relação às mudanças climáticas. No Brasil, os cientistas aproveitaram o gancho para reivindicar mais recursos para a área, que vem sofrendo cortes.

“A ciência nos dá a capacidade de examinar questões, permitindo-nos criar melhores políticas e regulamentos que sirvam aos nossos melhores interesses. A tomada de decisões políticas que afetam a vida dos americanos e do mundo em geral deve fazer uso de evidências revisadas por pares e que sejam do consenso científico, não de caprichos e decretos pessoais”, critica um dos documentos feitos pelos organizadores da Marcha, nos EUA.

A comunidade científica brasileira, por sua vez, reivindica maior valorização da área, sobretudo em termos financeiros. No mês passado, o presidente Michel Temer contingenciou R$ 2,5 bilhões do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Os pesquisadores argumentam que a medida será um atraso para o país que, em 2015, teve cerca de 61 mil artigos científicos publicados, ficando em 13º lugar no ranking mundial de produção científica.

— A expectativa é conseguir dialogar com a sociedade, explicar qual a função da ciência, por que ela é importante, o que ela tem feito para o Brasil. Também aproveitamos para chamar atenção do governo. Infelizmente tivemos esse novo contingenciamento de recursos. Enquanto o país encarar educação, ciência e inovação como gasto e não como investimento, vamos andar para trás — sublinha a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Helena Nader.

Se o contexto do país é difícil, a situação das pesquisas no estado do Rio é ainda mais crítico. Com a crise, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), uma das principais financiadoras de estudos, vive uma rotina de atrasos nos pagamentos de bolsas.

— Temos visto, constantemente, a ciência em segundo plano, diante de dificuldades fiscais e econômicas. No estado Rio, a situação consegue ser pior. Estamos em abril, e a folha de fevereiro ainda não foi paga. São pesquisadores com bolsas sem receber. Isso prejudica as pesquisas e estamos falando de projetos em todas as áreas de conhecimento. Pesquisas sobre doenças como zika, chicungunha e dengue — afirma Jerson Lima Silva, diretor científico da Faperj.

'TESOURAÇO' NO RIO

Diante dessa realidade, os organizadores da marcha carioca resolveram fazer um “tesouraço”, em alusão aos cortes promovidos tanto no âmbito nacional, quanto no estadual. O protesto, que acontecerá na Quinta da Boa Vista, na Zona Norte do Rio, às 10h, terá como som ambiente uma trilha feita especialmente para o evento, composta por ruídos produzidos por tesouras. Os organizadores pedem ainda que cada manifestante leve uma tesoura sem ponta ou uma réplica feita de papelão.

— Essa marcha tem um caráter mundial e, aqui no Rio, escolhemos o mote “conhecimento sem cortes”. Estamos preocupados e queremos chamar atenção da sociedade para o problema. Os laboratórios da UFRJ estão começando a parar por falta de recurso — conta Tatiana Rappaport, professora do Instituto de Física da UFRJ e organizadora do evento no Rio.

Até o momento, a organização da marcha contabilizou 23 cidades brasileiras que participarão do evento. Entre elas, São Paulo, onde a manifestação acontece às 14h, no Largo da Batata; Belo Horizonte, com protesto previsto para 10h, na Praça da Liberdade; e Recife, no Marco Zero, às 14h. Os interessados em participar dos protestos podem acessar um mapa on-line. Através dele, é possível identificar as cidades participantes, horário e local das manifestações.

OS PROTESTOS PELO BRASIL:

Rio de Janeiro: a reunião será em frente ao Museu Nacional, em São Cristóvão, às 10h

São Paulo: concentração no Largo da Batata, às 14h

Belo Horizonte: na Praça da Liberdade, às 10h

Curitiba: no Prédio histórico da UFPR, na Praça Santos Andrade, às 16h

Brasília: em frente ao Museu Nacional da República, às 14h

Salvador: encontro em frente à reitoria da UFBA, às 10h

Recife: reunião no Marco Zero, no Recife Antigo, às 14h

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Natal: os manifestantes marcaram de se reunir no Parque da Cidade, às 16h

Fortaleza: no centro de eventos do Ceará, durante a Bienal do Livro, no estande da Secretaria de Ciência e Tecnologia, às 14h

Goiânia: a concentração será na Praça Universitária, às 16h

Fonte: O GLOBO.





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