Habilidades necessárias para vencer no mundo da IoT. |
A Internet das Coisas ganha tamanha atenção que é praticamente óbvio prever que, em um futuro não muito distante, pipocará no mercado toda uma gama de novas oportunidades de carreira. Segundo o Gartner, cerca de 29% das companhias já exploram IoT de alguma maneira, 14% pretende fazer isso em doze meses e 64% revelou que o fará, eventualmente, a qualquer momento.
Por enquanto, os empregos atrelados ao conceitos ainda não são totalmente claros. Isso, contudo, deve mudar nos próximos anos, como uma nova variedade de cargos e profissões. Especialistas acreditam que a melhor estratégia para se dar bem lá na frente é adicionar desde já habilidades em seu currículo.
Ainda, algumas áreas e conhecimentos de alta demanda surgirão a medida que novas tecnologias e aplicações tomam forma. Uma delas é analytics, um campo que ganha importância em praticamente todos projetos de TI, uma vez que dados viraram um combustível da economia digital. Outra capacidade profissional valorizada será a habilidade de criar pontes entre tecnologias da informação e de operações.
“Os times de TI precisarão entender aspectos hoje restritos ao pessoal de OT”, sintetiza Chet Geschickter, analista do Gartner, sinalizando que o contrário também será algo verdadeiro.
Tecnologia operacional se aplica a todas pessoas na companhia que realizam tarefas que ajustam e gerenciam objetos do “mundo real”. Em outras palavras, são os responsáveis pelos técnicos da refrigeração predial, dos programadores das linhas de produção, dos gestores de frota.
Os mundos de TI e TO foram construídos de forma separada e, por muito tempo, não compartilharam conhecimentos. Isso funcionou relativamente bem até então, afinal, os zeros e uns dos computadores não se encontrava com as prensas e engrenagens do chão da fábrica.
Ocorre que com a ascensão da IoT, uma rede de dados e um servidor funcionará totalmente atrelado a esses dispositivos das linhas de manufatura. E aí que a realidade dará novos cotornos para habilidades profissionais.
Vamos a um exemplo mais prático. Profissionais de TI – diferentemente dos de TO – sabem rastrear atualizações de softwares e entregar essas rotinas através de uma coleção complexa de sistemas formada por múltiplos vendors. Porém, sabem fazer isso com PCs, servidores, switches.
Internet das Coisas é diferente. O que acontece se um caminhão de entrega precisar de um update de sistema urgente e estiver em trânsito? Como proceder, aguardar até ele chegar a uma base? Fazer o processo automaticamente com o veículo em movimento? Tal rotina vai acarretar algum perigo?
Questões como essa, sobre objetos em movimento e segurança dos empregados estão entre as especialidades das equipes de OT. Porém, eles tem seus próprios pontos cegos. A maioria deles é acostumada a lidar com uma vasta gama de tecnologias providas por um único fabricante, observa Geschickter said.
Para o especialista, eles sabem as entradas e saídas daquela plataforma, mas não tem muita experiência integrando aquele sistema com outras coisas. Normalmente, diz, é o fabricante que lida com essa parte do processo.
Poucas descrições de emprego, atualmente, unem esses dois mundos. Um estudo relativamente recente da consultoria de análise de mercados Burning Glass identificou que existem 800 mil vagas de TI abertas nos Estados Unidos, dentre as quais, apenas 1 mil delas era para um posto específico de IoT.
“Certamente, existiram novas profissiões e títulos, mas provavelmente veremos uma grande expansão nas tarefas e responsabilidades atuais”, acredita Tim Herbert, vice-presidente de pesquisa e inteligência de mercado da CompTIA.
Para ele, por exemplo, se uma companhia do setor de petróleo decide espalhar sensores sobre seus dutos, um administrador de rede terá que aprender como conectar novos tipos de endpoints que rodam diferentes sistemas operacionais dos que ele está acostumado.
As empresas tendem a recorrer a funcionários de TI para resolver esse tipo de problemas, mesmo que, em muitos casos, são profissionais dos departamentos de operações que ocupam posição de engarregados de tais tarefas. Pelo menos é o que identifiou um estudo da Technalysis Research.
De acordo com o levantamento divulgado em março, 44% dos profissionais acionados para atuarem em projetos de IoT estão no departamento de tecnologia. O segundo nesse ranking são times que atuam em “facilities”.
A maioria das empresas apenas começou a explorar elementos da Internet das Coisas. Dessa maneira, agora é um bom momento para começar a trilhar um rumo profissional nesse sentido, aconselham especialistas.