segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Analista de Sistemas cria réplica do robô R2-D2 de 'Star Wars' e faz sucesso.

Analista de Sistemas cria réplica do robô R2-D2 de 'Star Wars' e faz sucesso.
Analista de Sistemas cria réplica do robô R2-D2 de 'Star Wars' e faz sucesso.
É muito comum ver fãs de grandes filmes e séries se esforçando para homenagear seus ídolos das formas mais variadas possíveis: criando coleções, usando fantasias e até mesmo eternizando, no corpo, com tatuagens, a sua admiração. Mas, sem nenhuma pretensão de fazer algo extraordinário, o analista de sistemas Humberto Gadelha acabou descobrindo uma maneira diferente de mostrar seu amor por ‘Star Wars’: ele construiu uma versão em tamanho real do robô R2-D2.

Tudo começou, na verdade, como uma tentativa de participar de uma feira de tecnologia, promovida pela faculdade onde ele estudava, e a sugestão de reproduzir o famoso robô veio de alguém muito especial. “Quem me deu a ideia de montar foi a minha esposa, que, na época, era minha noiva. Eu estava nesse primeiro trabalho, em 2012, de participar da mostra que tinha na faculdade. Ia fazer sobre visão computacional, que é reconhecimento de rosto, cor, movimento, e eu queria alguma coisa que chamasse a atenção. Levei uma semana pesquisando e vi que dava para fazer”, relembra Humberto.  

Porém, o tempo entre o planejamento e a execução acabou sendo maior que o esperado, e foi preciso esperar três anos até que o R2-D2, de fato, surgisse. “Em 2012, deu tudo errado e eu não consegui terminar. Um ano depois, nessa mesma mostra, eu tentei de novo, mas, dessa vez, eu não estava realmente pressionado a terminar e não consegui de novo”, afirma, revelando que, quando enfim ficou pronto, o robozinho chegou a ser cogitado para um papel importante na vida dele.

“Eu me casei no ano passado e ia usar o R2-D2 no meu casamento, ele ia ser meu padrinho. Só que, na correria, ele acabou ficando em casa. Nós só tiramos uma única foto, no final da festa”, conta o analista de sistemas.

A primeira aparição pública, portanto, foi ainda pela internet, quando Humberto publicou uma imagem de sua criatura no Facebook e em alguns grupos de fanáticos por robótica e por Star Wars. Sem muita repercussão, o R2-D2 manauara ganhou uma sessão de fotos em um dos cartões-postais da cidade, a Ponta Negra, e então virou febre. “Eu publiquei algumas fotos que tinha tirado na Ponta Negra, que tiveram mais de 100 curtidas e apareceram em alguns blogs. A partir daí, uma das pessoas que organizou o Carnanerd (evento cultural realizado no carnaval), entrou em contato comigo, perguntando se eu podia levá-lo no dia do evento. Eu levei e, lá, acabei dando uma entrevista para o site Mapingua Nerd, e a partir daí viralizou”, conta Humberto.

Ainda em fase de testes, o R2-D2 passeou por outro lugar muito conhecido na cidade, o Largo São Sebastião e, mesmo sem muitos movimentos, chamou a atenção. “Eu estava demorando para conseguir fazê-lo andar. Ele andava, mas dava uma travada, alguns problemas técnicos. Quando eu, finalmente, consegui corrigir, resolvi fazer um teste. A primeira vez foi no Largo, durante o carnaval”, relembra. “Como estava tendo uma banda ali perto, não tinha quase ninguém em volta do teatro. Mas o robô acabou chamando bastante atenção de quem passava, principalmente crianças. Teve uma que eu achei muito engraçado, que disse que ele era muito bonito”, completa.

Compartilhando conhecimento

De lá para cá, o robô passou a ser uma espécie de garoto-propaganda de outro projeto. Autodidata em robótica, Humberto Gadelha planeja passar o seu conhecimento em robótica e programação adiante. “Eu elaborei um curso, antes mesmo de utilizar o R2-D2. Chamava alguma atenção, mas não tanta. No momento que eu comecei a usar ele, atraiu muita atenção. Muita gente já visitou a página Robótica Manaus e já entrou em contato para saber sobre o curso. Ele é um ótimo garoto- propaganda”, afirma.

A atividade de formação, que deve começar no dia 29 de fevereiro, será dividida em cinco módulos, com aulas duas vezes por semana, conduzidas pelo próprio Humberto. “Os módulos vão ser: ‘Motores e Engrenagem’, ‘Sensores’, ‘Fala’, ‘Visão computacional’ e ‘Lógica de programação’, que envolve todos os outros. O curso começa do zero, então não tem nenhum pré-requisito. Qualquer pessoa, acima de 12 anos, pode se matricular”, afirma.  

Mais adiante, no segundo semestre, os alunos do curso ministrado por ele serão convidados a participar de uma competição de robótica para pôr em prática os conhecimentos adquiridos, além de ajudar a divulgar as maravilhas da mecânica e da programação. “Minha intenção é organizar uma competição entre os alunos e, se possível, até com quem mais tiver conhecimento e quiser participar. Vou fornecer tudo, quem fizer o curso não paga taxa de inscrição e vai trabalhar com as máquinas que forem usadas durante o curso para cumprir alguns desafios”, adianta o programador.

Outros projetos

Enquanto as aulas não começam, Humberto divide seu tempo entre muitos outros projetos. Utilizando o espaço da própria casa, ele brinca com um protótipo de cobra, um carro controlado por teclado, além de trabalhar no desenvolvimento da prótese que se transformou em seu projeto de conclusão de curso na faculdade. Para ele, a intenção é de, um dia, fazer dessa uma tecnologia acessível. “Minha ideia é desenvolver uma prótese de baixo custo e, se possível, distribuí-la de graça. Atualmente, o protótipo faz sete movimentos e eu uso o mesmo circuito base do R2-D2, por exemplo. É bem simples, mesmo na programação, são apenas 100 linhas”, explica Humberto.

Enquanto ele ainda busca a tecnologia para aprimorar a prótese, alguns outros projetos estão em vias de se tornarem realidade. “Tenho planos de fazer o BB8, que é o novo robô do ‘Star Wars’. Até já fiz um teste com uma bola de isopor para ver se ele anda e já consegui esse efeito, agora vou ampliar para ficar em escala natural; já está em fase de construção. Também estou trabalhando em um minissubmarino e, para a minha esposa, que gosta muito de filmes e séries relacionadas a zumbis, eu pretendo fazer um zumbi que mexa a mão, pelo menos, o maxilar também e faça alguns sons e grunhidos”, comenta.

Já o R2-D2 manauara — por enquanto, feito de materiais simples como isopor e papel Paraná, e com suporte para movimentos simples como andar para frente e para trás e girar no próprio eixo —, também deverá ganhar ‘upgrades’. “Pretendo colocar uma webcam Wi-Fi para ele ‘enxergar’ e a pessoa poder acessar o que ele ‘vê’, via internet”, adianta.

Todo esse trabalho e empolgação definem bem a trajetória de Gadelha com o mundo das máquinas. Assim, sem nenhuma aspiração absurda, ele dá vida a alguns punhados de fios e circuitos para que mais pessoas, no futuro, também possam compartilhar da sua paixão por essa área. “Minha maior intenção é que a robótica e a programação cresçam em Manaus e no Amazonas, e que a área tenha apoio, o que é muito importante”, finaliza. ( Via: D24AM.com)




> Comunidade Brasileira de Sistemas de Informação
> Fundada em 13 de Outubro de 2011
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Local: Manaus, Amazonas, Brasil.

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