sábado, 16 de setembro de 2017

Pesquisador diz que Brasil é o país mais vulnerável a vazamento de informações.

Pesquisador diz que Brasil é o país mais vulnerável a vazamento de informações.
Pesquisador diz que Brasil é o país mais vulnerável a vazamento de informações.
Além de ser líder em disposição para fornecer dados pessoais, o Brasil é o país mais vulnerável a vazamento de informações. O alerta foi dado pelo diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS-RIO) Carlos Affonso Souza durante o talk “Segurança da informação” realizado na segunda edição do Rio Circuitos Digitais. O evento, que acontece nesta quarta-feira no auditório do Sistema Fecomércio, no Flamengo, é uma realização do jornal O GLOBO, apresentado pelo Sistema Fecomércio RJ, por meio Sesc-RJ e do Senac-RJ.

Segundo Carlos Affonso, resultados de estudos recentes mostram que brasileiros valorizam pouco a privacidade e a segurança de seus dados pessoais. Ele lembra que é importante estar atento não só às informações que se fornece voluntariamente, mas a como esses dados são coletados, armazenados, acessados e utilizados.

— Dados, especialmente os pessoais, são o novo petróleo! São uma fonte de riqueza que vai ser cada vez mais explorada —destaca.

Os cuidados em relação a segurança cibernética devem ser ainda maiores na era da internet das coisas, na qual aparelhos como carros e eletrodomésticos com conexão “conversam” entre si. O diretor do ITS-RIO cita o exemplo da marca de televisores que avisou aos compradores que “contassem segredos” quando estivessem próximo ao aparelho, pois o serviço de comando de voz exigia que a TV “escutasse”. Outro caso é o da boneca que conversa com a criança, um alerta para pais – não se sabe até onde a gravação da resposta de quem está brincando pode chegar.

— Uma pesquisa indicou, por exemplo, que 83% dos brasileiros estariam de acordo que equipamentos como marca-passos e medidores de glicemia enviassem informações de saúde do paciente aos médicos. Mas será que esses mesmos dados não seriam enviados também a planos de saúde, que poderiam usá-los para aumentar preços? — pondera.

Carlos Affonso falou ainda sobre a necessidade de empresas entenderem que investir em segurança da informação não é luxo, mas uma obrigação para proteger clientes. Ele lembrou de casos como o da rede varejista americana Target, que descobriu, por meio de dados de hábitos de compras, a gravidez de uma adolescente antes do pai da menina, e o do site americano de encontros para pessoas comprometidas Ashley Madison, que precisou fechar um acordo de U$ 11,2 milhões depois de vazar dados de clientes.

Sobre legislação, o também professor de Direito da Universidade Estatudal do Rio de Janeiro (Uerj), disse que, embora o Brasil tenha o marco civil da internet, o documento não foi pensado para ser uma lei geral de proteção de dados.

— Há desafios muito relevantes a serem trabalhados em relação à legislação de privacidade de dados, principalmente quando o próprio poder público não parece dar muita atenção à questão. Temos o CPF na nota. Qual o interesse do Estado em saber o que e quando você compra? O que ele faz com os dados coletados a partir disso? O mesmo acontece com as informações fornecidas para utilização do bilhete único de transporte ou o WiFi público —exemplifica.

O diretor do ITS-RJ finalizou a conversa lembrando que a quebra da criptografia em aplicativos como o WhatsApp – como solicitado pela justiça brasileira em duas ocasiões que resultaram no bloqueio temporário do app de conversas instantâneas - provoca fragilidade em vários sistemas de segurança e aumenta o risco geral. Ele ainda deu dicas de como proteger seus dados: sempre ler termos de uso e políticas de privacidade de sites e aplicativos, prestigiar empresas que se preocupam com a segurança da informação de seus clientes, não abrir arquivos ou clicar em links enviados por desconhecidos, preferir sites que oferecem criptografia de ponta a ponta, manter softwares e antivírus atualizados e nunca disponibilizar mais dados pessoais que do necessário.




> Comunidade Brasileira de Sistemas de Informação
> Fundada em 13 de Outubro de 2011
> E-mail: comunidadebsi@gmail.com
Local: Manaus, Amazonas, Brasil.

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