sexta-feira, 1 de julho de 2016

Alunos de Computação da Unicamp contam como é estagiar na Nasa e o caminho até lá.

Alunos de Computação da Unicamp contam como é estagiar na Nasa e o caminho até lá.
Alunos de Computação da Unicamp contam como é estagiar na Nasa e o caminho até lá.
"Acho que trabalhar na Nasa é o sonho de todos interessados em ciências. Não há melhor e maior desafio do que trabalhar na fronteira do conhecimento humano", conta o estudante Gabriel Militão, que assim como o colega Flávio Maximiano, foi selecionado para estagiar na Nasa, a agência espacial americana conhecida mundialmente por enviar astronautas à lua e ao espaço. Ambos são alunos de engenharia da computação na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Os alunos de engenharia da computação, com ênfase em análise de algoritmos e complexidade da computação, integram a equipe do Ames Research Center, o centro de pesquisa da agência americana, situado na Califórnia (EUA). Eles conversaram com o G1 por meio de uma rede social.

Segurança e prevenção 

Durante dois meses, os estudantes brasileiros vão trabalhar no desenvolvimento de projetos coordenados pela Nasa. Apesar de serem da mesma turma na Unicamp, eles trabalham em áreas diferentes.

"Estou trabalhando com segurança em aviação. Os relatórios de incidentes em aviação nos EUA são submetidos à Nasa para análise. Estou trabalhando em entender padrões e tendências", explica Maximiano.

Já Militão destaca que trabalha no desenvolvimento de um aplicativo sobre terremotos. "A ideia é apresentar os terremotos na plataforma de visualização do globo terrestre, desenvolvida pela Nasa, o World Wind", comenta.

Além do aplicativo, Militão também acompanha a teoria de um cientista da agência sobre a prevenção de terremotos. "Estou analisando dados do campo magnético da Terra para criar um algoritmo - sequência finita de instruções bem definidas e não ambíguas - que possa determinar com horas de antecedência se um terremoto vai ocorrer ou não", relata.

Da Cornell a Nasa

O caminho dos estudantes brasiliros até a Nasa começou em agosto de 2015, quando Militão, que é de Rio Claro (SP), e Maximiano, de Sorocaba (SP), foram selecionados pelo programa federal Ciências Sem Fronteiras (CSF) para fazer um intercâmbio na Universidade de Cornell, em Nova York (EUA).

Nos Estados Unidos, eles receberam uma mensagem sobre o edital do "Nasa International Intenship", um programa de parceria entre a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Nasa, que permite que estudantes brasileiros se inscrevam para um estágio de verão no Ames Research Center.

"Desde o início da faculdade sempre fizemos trabalhos juntos. Fizemos o processo para o Ciência Sem Fronteiras e acabamos indo pra Cornell juntos também", lembra Militão.

Seleção

O processo para seleção do estágio teve duas etapas. A primeira foi coordenada pela agência espacial brasileira, que selecionou 15 candidatos e os indicou.

Nessa seleção era necessário que os estudantes apresentassem currículo lattes, premiações e certificados em inglês.

Já a segunda etapa foi realizada pela própria Nasa, que podia escolher até cinco dos candidatos indicados pela agência brasileira. Nesta fase, os americanos avaliaram o histórico escolar, cartas de recomendação dos professores e currículo dos estudantes. Foi a partir destes documentos que a agência escolheu os participantes do programa. 

Sonho antigo

Os estudantes disseram estar entusiasmados com a nova fase que representa não apenas uma grande oportunidade para desenvolverem o conhecimento científico, mas também de crescimento pessoal e profissional.

"Está sendo muito legal. O complexo é fantástico, o ambiente de trabalho é bem amigável também", conta Maximiano, para quem trabalhar na Nasa se trata de um sonho antigo.

"Sempre gostei bastante da área espacial e estar aqui vendo tudo de perto é um sonho virando realidade", declara.

Já Militão considera a oportunidade na Nasa bastante surpreendente, "particularmente, eu nunca havia pensado na possibilidade, mas me apliquei assim que vi a oportunidade", relata.

Após o término do estágio nos EUA, os dois devem voltar ao Brasil para concluir a formação universitária na Unicamp. Eles se formam em 2017 e fazem planos para aplicar o conhecimento que estão adquirindo na agência. 

Benefício para humanidade

Os alunos chegaram ao centro de pesquisa no começo de junho e desde então participam dos projetos da agência. Apesar das tarefas no Ames Ames Research Center serem práticas, em algumas situações, como explica Maximiano, eles podem assistir palestras sobre temas relacionados ao espaço.

"Dois astronautas vieram aqui na base pra falar sobre suas missões na estação espacial", conta.

Fazer parte dos estudos realizados na agência têm sido uma oportunidade para os dois estudantes que disseram estar  felizes com a possiblidade de ampliar o conhecimento sobre o planeta e de trazer avanços para o Brasil. 

"Com certeza pretendo levar o conhecimento de volta para o Brasil. Estou trabalhando com análise de dados aqui, uma área da computação com aplicações em diversos setores e que pode ser usada no Brasil", revela Maximiano.

Já Militão, acredita que o resultado de seu trabalho terá uma influência ainda maior. "Levar o conhecimento para o Brasil vai ser muito interessante, mas o resultado do meu projeto seria um benefício pra humanidade como um todo", finaliza.





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