domingo, 22 de maio de 2016

Sistemas de Informação é uma das profissões promissoras para o pós-crise.

Sistemas de Informação é uma das profissões promissoras para o pós-crise.
Sistemas de Informação é uma das profissões promissoras para o pós-crise.
Ao tomar a decisão sobre qual carreira seguir, os jovens costumam olhar para o mercado de trabalho no momento da escolha. No entanto, quem está entrando em uma universidade muitas vezes esquece que só disputará uma vaga de emprego dentro de quatro, cinco ou até seis anos. Consultores apontam que, num contexto de crise, é preciso avaliar não só a situação atual da oferta em determinadas áreas, como também buscar os campos com potencial de crescimento no médio prazo. Sem esquecer as aptidões pessoais, é claro.

A professora Ana Lígia Finamor, coordenadora acadêmica dos cursos MBA em Gestão Empresarial e Gestão de Pessoas na Fundação Getúlio Vargas (FGV) e doutora em Desenvolvimento Humano, explica que há carreiras que crescem em momentos de crise e aquelas que se destacam no pós-crise. No primeiro caso, ela inclui aquelas ligadas aos resultados das empresas, que atuam na redução de custos, aumento dos controles internos ou dos ganhos de produtividade, como profissionais de gestão de risco e processos e auditores. A área de comércio exterior também deve crescer, pois a taxa de câmbio desvalorizada favorece as exportações. Já no pós-crise, as atividades relacionadas aos setores de serviços são as mais promissoras.

— Saúde, educação e tecnologia devem reagir rapidamente. No setor de saúde, a sociedade brasileira vem apresentando claros sinais de envelhecimento e uma necessidade crescente de cuidados especiais. Também se espera que profissionais da área de tecnologia ganhem destaque no momento de retomada da economia. Temas como energias renováveis, automação e desenvolvimento de software devem seguir a tendência mundial percebida nos últimos anos e ganhar relevância em nossa economia — afirma Ana Lígia.

A professora lembra que empreender é outra possibilidade. Um mercado que vem crescendo é o da economia criativa. Abrir a própria empresa, contudo, exige um perfil específico.

— Os profissionais têm se reinventado e investido em startups de fácil e efetiva viabilização, custo de investimento baixo e retornos acima do esperado. Mas, é claro, vale dizer que o perfil dos profissionais que se envolvem neste tipo de iniciativa são os de senso crítico aguçado, críticos inovadores e, em geral, mais jovens — diz Ana Lígia.

O mercado de trabalho é dinâmico. Um exemplo é a indústria do petróleo. Em 2012, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) elaborou, em parceria com a FGV Projetos, uma pesquisa sobre as profissões com as melhores perspectivas até 2020. Entre as carreiras mais cotadas estava Engenheiro de Petróleo. Contudo, quatro anos depois, o setor de óleo e gás é um dos mais afetados pela crise econômica e os profissionais da área já encontram dificuldades para se empregar. Ou seja, quem entrou na faculdade em 2012, quando a área estava bombando, encontrará um cenário radicalmente diferente agora.

— A situação mudou completamente desde a época em que a pesquisa foi feita. A Engenharia do Petróleo talvez já seja uma carreira de outra geração, levando em conta o investimento necessário de quem pretende entrar nesse campo. É preciso um alto grau de especialização — aponta César Bedran, gerente de Pesquisa e Estatística da Firjan.

CUIDADO COM AS MODAS

Outras profissões apontadas na pesquisa de 2012 eram técnico em sistemas de informação, engenheiro de mobilidade, técnico em mecatrônica, biotecnologistas, engenheiros ambientais e sanitários e desenhistas técnicos em eletricidade, eletrônica e eletromecânica. Para Bedran, essas atividades tendem a oferecer boas oportunidades com a recuperação da economia.

— Com a melhora do cenário e o retorno da confiança dos investidores no Brasil, as atividades apresentadas na pesquisa podem ter um bom desempenho, tanto as de nível técnico quanto as nível superior — prevê Bedran.

Para a consultora Jacqueline Resch, sócia-diretora da Resch Recursos Humanos, é preciso conhecer o cenário de cada carreira antes de escolher uma. Ela lembra, entretanto, que o mercado de trabalho carrega uma boa dose de imprevisibilidade. Por isso, a decisão deve ser bem amadurecida e é importante manter os olhos abertos para diferentes oportunidades dentro da mesma área de formação.

— As pessoas ancoram a carreira em lugares diferentes. Você pode estudar Administração e se tornar empreendedor ou então fazer um concurso público. É a mesma escolha de curso, mas os caminhos profissionais serão completamente diferentes — afirma Jacqueline.

Márcio Lima, diretor pedagógico do Colégio Pensi, conta que já observou muitas modas de profissões entre os estudantes. No início dos anos 2000, diz, todos queriam fazer Comunicação Social e o curso estava entre os mais disputados do vestibular. Agora, a nova onde é estudar Relações Internacionais. Ele alerta seus alunos para as dificuldades. A escola oferece ainda exames vocacionais na segunda série do ensino médio.

— Relações Internacionais é um mercado extremamente restrito. Quem não sabe o que quer acaba sendo levado por esses modismos. Mas, como educador não posso definir nada. Só digo que devem fazer o que gostam.

LIMITES MAIS TÊNUES

A escolha de uma carreira com perspectiva e uma formação acadêmica, seja de nível técnico ou superior, não bastam para se conseguir uma boa colocação no mercado de trabalho. Formação continuada, línguas estrangeiras e competências socioemocionais são fundamentais para alcançar o sucesso na carreira. César Bedran, gerente de Pesquisa e Estatística da Firjan, ressalta que, na indústria, o que se observa é a demanda por maior qualificação. Até mesmo do profissional técnico de nível médio.

— A escolha de uma carreira não exime a pessoa de continuar estudando. Conseguir a vaga é difícil. Atualmente, a exigência mínima é o nível médio técnico, antes era apenas o ensino fundamental. Até em profissões de nível médio a preferência é por quem tem formação de nível superior. Aumentou a escala de exigência das empresas. Quem é mais exigente na contratação busca pessoas com competências mais avançadas — explica Bedran.

A professora e coordenadora de MBA em Gestão Empresarial e Gestão de Pessoas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Ana Lígia Finamor, afirma que a sociedade tem exigido profissionais cada vez mais flexíveis e com habilidades múltiplas. Os limites entre as profissões e as formações iniciais estão cada vez menos rígidos.

— O mercado demanda profissionais que tenham habilidades e talentos diversos, sendo cada vez menos especialistas. Percebemos muitos profissionais atuando em uma área distinta da sua formação acadêmica como, por exemplo, engenheiros no mercado financeiro, profissionais do mercado financeiro desenvolvendo aplicativos de investimento para smartphones e profissionais de TI no setor de saúde, confirmando assim que os limites entre as profissões têm se tornado mais tênues e uma escolha feita na adolescência já não é mais tão determinante quanto foi há algumas décadas — diz Ana Lígia.

Segundo a professora, outro fator que os jovens precisam levar em conta é o desenvolvimento das chamadas “soft skills”, que incluem habilidades emocionais e interpessoais.

— É muito importante o jovem aprimorar e construir uma percepção positiva do mundo que o cerca, com capacidade de inovação e mudança, resolução de problemas e administração de emoções e frustrações, já que vivemos num ambiente tão competitivo e com a ética em crise.

REFLEXÃO ORGANIZADA

Para tornar o processo de escolha menos doloroso, a consultora Jacqueline Resch, sócia da Resch Recursos Humanos, destaca a necessidade de se fazer uma ampla investigação sobre si mesmo, pensar nos gostos, interesses, valores e os seus pontos fortes. A partir desse inventário, as opções ficarão mais circunscritas e será mais fácil encontrar atividades com que a pessoa se identifique. O passo seguinte é conversar com profissionais.

— Trata-se de fazer uma reflexão organizada, buscar o autoconhecimento e o conhecimento da realidade do mercado — afirma Jacqueline.




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> Fundada em 13 de Outubro de 2011
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