quinta-feira, 21 de abril de 2016

A Sobrevivência do COBOL no Mercado de TI.

A Sobrevivência do COBOL no Mercado de TI.
A Sobrevivência do COBOL no Mercado de TI.
No começo da década de 1960, uma conferência entre fabricantes de computadores, como IBM, e órgãos governamentais dos EUA, denominada Codasyl (Conference on Data Systems Language) tinha como um dos objetivos criar uma linguagem de programação que pudesse ser utilizada para desenvolver aplicativos para diversos computadores. Como resultado, nasceu a Common Business Oriented Language (COBOL), cujo nome sugere que a principal premissa era o desenvolvimento de sistemas orientados a negócios.

Os sistemas corporativos naquela época eram armazenados em mainframes.

máquinas capazes de processar um alto volume de dados em grande velocidade. Ainda que servidores PC e Unix tenham ganhado espaço no mercado, por conta de menores custos de manutenção, os mainframes têm o Cobol sendo executado em várias empresas do segmento financeiro, assim como em indústrias, montadoras, seguradoras, agências governamentais e militares dentre outras.

E o legado?

Há razões para que várias organizações possuam seu core business rodando em mainframes com Cobol, e não queiram migrar o legado. Algumas que eu posso elencar são:

Aumento de custos

Caso a opção seja por migrar o sistema legado, a empresa terá que contratar uma consultoria especializada, como é o caso da Globo. Num cenário de crise atual, onde o budget de projetos é limitado, a preocupação gira em torno dos investimentos prioritários à estratégia da companhia.

Ainda que frameworks modernos sejam mais econômicos, migrar a solução para a nuvem, por exemplo, reduz os custos operacionais, considerando que a manutenção de um mainframe é cara.

Complexidade do negócio

Seria necessário reescrever o software em outra linguagem. Para isso, devemos lembrar que o novo sistema deverá ter as mesmas funcionalidades do antigo, implementando suas regras de negócio. Programas complexos com milhões de linhas de código, muitas vezes com pouca ou nenhuma documentação, somada à falta de mão-de-obra de programadores Cobol, se torna um entrave nesse tipo de operação.

O sistema está funcionando e atende às necessidades da empresa

Na maioria dos casos, o sistema funciona bem há décadas e não há intenção de migrá-lo para outra plataforma, pelas razões citadas acima. Atualmente, os CIOs procuram reduzir o orçamento sem afetar o desempenho dos sistemas.

As aplicações em Cobol são seguras, escaláveis e robustas para suportar grandes operações, o que confere confiabilidade aos clientes. Uma pesquisa da Micro Focus aponta que 95% das transações de caixa eletrônico (ATMs) são processadas com a linguagem. Grande parte dos sistemas críticos também são escritos em Cobol.

A demanda por profissionais capacitados, portanto, é grande. Isso gera boa oferta de emprego, o que valoriza o salário deste tipo de programador. A linguagem perdeu atratividade aos alunos devido à falta de capacitação nas universidades. Segundo a mesma pesquisa, cerca de 73% dos cursos universitários de TI não possuem aulas de programação em Cobol. Particularmente, como estudante eu não aprendi Cobol na faculdade, muito menos conheci alguém que trabalha com essa tecnologia. Entretanto, em Toronto, na universidade de Durham College, os alunos são obrigados a fazer dois anos completos de Cobol.

Enquanto houver a dependência de empresas pelos sistemas rodando em Cobol, a linguagem permanecerá viva. E, sendo assim, a capacitação de pessoal qualificado precisa suprir a necessidade que há no mercado, seja nas universidades ou em empresas de treinamento especializadas.




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> Fundada em 13 de Outubro de 2011
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